O que a Artéria Carótida tem a ver com o AVC?

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As artérias carótidas são dois vasos sanguíneos que temos em nosso pescoço que têm formato de tubo permitindo que o sangue vindo do nosso coração chegue até nosso cérebro. Os milhares de neurônios que existem em nosso cérebro necessitam o tempo todo da circulação de sague. Portanto, qualquer doença que afete uma artéria carótida poderá levar a falta de sangue ao nosso cérebro, assim os neurônios poderão parar de funcionar e morrer, o que conhecemos como AVC isquêmico.

De fato, a doença mais comum da carótida é a aterosclerose, conhecida popularmente como placa de colesterol. A placa de colesterol na carótida pode causar entupimento ou mesmo gerar coágulos que sobem obstruindo a circulação cerebral. De todas as pessoas que sofreram um AVC isquêmico cerca de 25% delas teve como causa de seu AVC uma placa de colesterol na carótida.

O que causa a formação da placa de colesterol na carótida?

As placas de colesterol (aterosclerose ou ateromatose) podem ser causadas por fatores genéticos ou familiares e aumentam com o passar da idade. Ao longo de nossas vidas alguns fatores que causam as placas são: cigarro, pressão alta, diabetes, colesterol alto, sedentarismo, alimentação inadequada com alto teor de carboidratos e gorduras.

Como prevenir a formação de placa de colesterol na carótida?

A prevenção é exatamente combater os fatores de risco para a formação das placas citadas acima, ou seja, parar de fumar, controlar pressão arterial, diabetes, colesterol sanguíneo, praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável baseada nas dietas mediterrâneas. Atualmente a ciência ainda não consegue controlar o risco familiar ou genético ou o avançar da idade, porém todos os outros fatores de risco devem ser controlados.

Qual o tratamento da placa de carótida?

O tratamento visa prevenir a ocorrência futura de um AVC isquêmico e começa com medidas de prevenção a formação das placas citadas acima, requer ainda o uso contínuo de aspirina (ou AAS) diariamente e também o uso de medicações chamadas estatinas que além de reduzirem o colesterol alto no sangue podem também estabilizar as placas.

Além da prevenção e do uso dos medicamentos existem os procedimentos de revascularização da carótida (ou desobstrução) que são indicadas para placas grandes em que apenas as medicações não garantem uma prevenção segura quanto ao risco de AVC.

Devo fazer algum exame das minhas carótidas?

Todas as pessoas que já tiveram um AVC ou um ataque isquêmico transitório deverão realizar exames de imagem das artérias carótidas de ultrassonografia (doppler) e angio-tomografia ou angio-ressonância. Já as pessoas que nunca tiveram sintomas de AVC, porém possuem algum fator de risco para a formação de placas de colesterol (vide acima) deverão consultar um cardiologista que poderá solicitar um ultrassom doppler de carótidas dependendo da idade e outros fatores de risco.

Fonte: 

Dr. Luis Henrique de Castro Afonso

CRM/SP 121.961 - RQE 30.564/30.564-1

Médico com especialização em Neurorradiologia Intervencionista, com experiência no tratamento endovascular de diversas lesões vasculares cerebrais e da coluna.

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