Progressos na Radiologia Diagnóstica e Intervencionista para AVC

Avanços na Radiologia para o Tratamento do AVC: Da Pesquisa ao Cuidado do Paciente

O AVC é uma condição séria que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Felizmente, a medicina está avançando rapidamente, especialmente no campo da neurradiologia intervencionista, onde novas técnicas estão sendo desenvolvidas para melhorar o tratamento dessa emergência médica potencialmente debilitante.

Colaborações da Radiologia Diagnóstica

Na década passada, um conjunto de estudos clínicos grandes ajudou a construir as evidências que tornaram a trombectomia mecânica um tratamento essencial no cuidado dos pacientes com AVC isquêmico. Esses apanhados revolucionaram a forma como os médicos abordam o AVC até então. Dentre todos os achados, destaca-se a demonstração de que a utilização de técnicas avançadas de imagem, como a angiografia por tomografia computadorizada (CTA) ou por ressonância magnética (MRA), pode ser fundamental para o diagnóstico precoce e preciso do AVC.

Essas técnicas de diagnóstico por imagem permitem aos médicos identificar bloqueios nos vasos sanguíneos do cérebro que causam o AVC isquêmico. Com essa informação da localização exata da obstrução do fluxo sanguíneo cerebral, o radiologista intervencionista pode realizar um tratamento chamado trombectomia mecânica, que envolve a remoção desses bloqueios dos vasos sanguíneo - um procedimento que a equipe da Neocure foi pioneira no Brasil.

Mas afinal, o que é a Trombectomia?

Para quem não está a par, podemos explicar a trombectomia mecânica da seguinte forma: trata-se de é um procedimento minimamente invasivo realizado por meio de cateterismo acompanhado por visão de raio X. Durante a técnica, um pequeno cateter é inserido em uma artéria da virilha ou do punho, avançado até o local do coágulo no cérebro. Uma vez posicionado o cateter no local correto, o coágulo é removido usando um dispositivo especializado que pode "agarrar" ou "sugar” e remover o coágulo com segurança.

Este procedimento é especialmente indicado para pacientes com AVC isquêmico agudo causado por oclusões de grandes vasos na circulação anterior do cérebro. Estudos também demonstraram que a trombectomia mecânica pode resultar em uma redução significativa na incapacidade e um aumento na independência funcional em comparação com a terapia padrão.

Colaboração do MR CLEAN II e seus estudos derivados

Além disso, estudos posteriores - como o MR CLEAN II e seus estudos derivados MR CLEAN NOIV, MR CLEAN MED e MR CLEAN LATE -, continuaram a explorar maneiras de melhorar ainda mais o tratamento do AVC. Este, por exemplo, investigou a eficácia do uso de aspirina e heparina durante a trombectomia mecânica e descobriu que esses medicamentos podem aumentar o risco de sangramento intracraniano, sugerindo que devem ser evitados durante o procedimento.

Outro aspecto importante do MR CLEAN II foi o estudo do benefício da trombectomia mecânica em janelas de tempo estendidas após o início do AVC. Os resultados do estudo mostraram que a trombectomia mecânica ainda pode ser benéfica em pacientes selecionados até 24 horas após o início do AVC.

Investigação científica aplicada na prática clínica

Esses avanços na pesquisa estão sendo rapidamente traduzidos em prática clínica, com diretrizes médicas sendo atualizadas para refletir essas descobertas e mais pacientes tendo acesso a tratamentos mais eficazes para o AVC. Isso representa uma esperança real para pacientes e suas famílias, e destaca o papel vital da radiologia intervencionista no avanço do tratamento do AVC.

Fonte: Advancements in diagnostic and interventional radiology for stroke treatment: the path from trial to bedside through the pre-MR CLEAN, MR CLEAN, and MR CLEAN II eras, Insights Imaging, 2024

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