Radiologia Intervencionista e Imunoterapia: uma relação repleta de possibilidades

Revolucionar o tratamento oncológico e promover a interação entre diferentes áreas da medicina, para uma abordagem sistêmica ao tumor. Essas são metas em que a Radiologia Intervencionista tem trabalhado e que ganham cada vez mais alcance.

Este é um esforço que se constrói em parceria, não só com especialistas em oncologia, cirurgiões e outros, como também com médicos e pesquisadores interessados nas possibilidades advindas da imunoterapia. Mas, como essa relação se efetiva? É possível estimular o sistema imune a partir das técnicas provenientes da Radiologia Intervencionista?

O que é a imunoterapia

A imunoterapia se caracteriza enquanto um tratamento que induz o sistema imunológico - responsável pela defesa de nosso organismo - ao combate das células cancerígenas. O objetivo desta terapia é fortalecer o reconhecimento e resposta imunológica do corpo do paciente, estimulando a atuação dos linfócitos contra o tumor.

Para muitos pesquisadores, essa é uma dimensão do tratamento ao câncer profundamente inovadora, capaz de apresentar respostas de longo prazo e qualidade de vida ao paciente. Cabe destacar, no entanto, que a imunoterapia não alcança a mesma eficácia para todos os tipos de cânceres e a avaliação de seu uso ou não, dependerá das características tumorais de cada paciente.

Os avanços nas pesquisas a respeito do sistema imunológico possibilitaram o desenvolvimento de medicamentos para a imunoterapia, que continuam a se aperfeiçoar em eficácia, abrangência e minimização dos efeitos colaterais.

E quais relações esse campo estabelece com a RI?

Ao longo dos anos, a Radiologia Intervencionista desenvolveu múltiplos procedimentos que visam destruir tumores, sem a necessidade de que o paciente seja submetido a cirurgias. Dentre eles, a ablação térmica, a crioablação, radio ou quimioembolização. Aqui no blog, inclusive, temos textos que abordam esses e outros procedimentos voltados ao trato de tumores!

Essas são técnicas variadas em sua tecnologia e em como tratam o tumor, mas que, em comum, criam a disponibilidade de material tumoral (células tumorais mortas) após a realização do procedimento.

E aqui está um ponto chave que tem sido alvo de novos estudos: o material tumoral ablado, disponibilizado após a realização de técnicas da Radiologia Intervencionista, pode contribuir para a indução de respostas imunes.

Levando em conta essa prerrogativa, os procedimentos da RI não beneficiam apenas o tratamento local do tumor, mas contribuem também para o trabalho imunológico e sua resposta sistêmica.

A combinação destas duas diferentes terapias - as técnicas da Radiologia Intervencionista e a imunoterapia - é ponto de partida de investigações variadas, que buscam definir de que forma cada uma pode beneficiar o paciente, o sequenciamento de técnicas mais adequado, como os efeitos variam de acordo com o tipo de tumor e região do corpo atingida, tempo adequado de cada terapia e quais são os efeitos colaterais desta combinação.

Muito mais do que identificar um tumor e diagnosticá-lo, a Radiologia Intervencionista desponta enquanto um campo capaz de atuar no tratamento seguro aos variados tipos de câncer. O médico intervencionista, ao lado de outros tantos profissionais comprometidos com o tratamento oncológico, se torna uma peça fundamental de equipes que buscam curar e oferecer qualidade de vida ao paciente com câncer.

Para saber mais, acesse um estudo completo sobre o tema:

Immunotherapy and the Interventional Oncologist: Challenges and Opportunities-A Society of Interventional Oncology White Paper

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