Miomas uterinos - desvendando mitos
Miomas são nódulos (tumores benignos) de tecido muscular que se desenvolvem na parede do útero. Os miomas são mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva (entre a primeira menstruação e a menopausa), mas podem ocorrer após essa época. São bastante comuns, chegando a afetar até metade das mulheres durante sua vida reprodutiva.
Desmentir alguns mitos e esclarecer dúvidas sobre os miomas pode ajudar as pacientes e orientar na escolha dentre as diferentes opções de tratamento. Confira abaixo os principais conceitos errados sobre os miomas:
“Os miomas uterinos sempre causam sintomas”
Nem sempre.
Os sintomas dependem do tamanho e da localização do tumor. Entre eles estão:
Sangramento vaginal intenso (durante ou fora do período menstrual)
Dor ou pressão na região pélvica
Dor durante relações sexuais
“Mulheres com mioma uterino precisam retirar o útero”
Não necessariamente.
Atualmente, existem outros tratamentos menos invasivos e eficientes, como a embolização e a ablação. O melhor procedimento deve sempre ser definido em conversa com a equipe médica e a paciente, avaliando os riscos, vantagens e desvantagens de cada tratamento para o caso.
“Os miomas em crescimento podem virar tumores malignos”
Miomas são tumores benignos.
Não existe nenhum estudo que comprove que a presença de um mioma uterino aumenta os riscos de ter qualquer tipo de câncer.
Além disso, é muito raro confundi-lo com tumores malignos na hora do diagnóstico, já que os exames de imagem, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, detectam o mioma de forma adequada.
“Miomas só afetam mulheres mais velhas”
Nem sempre.
Apesar de ocorrer com mais frequência entre os 35 e 50 anos, mulheres mais jovens também podem ter miomas.
Em pacientes mais novas, o mioma tem ainda mais chances de crescer e se agravar, já que possui mais tempo para se desenvolver até a menopausa (período em que os miomas costumam reduzir de tamanho).
“Quem tem mioma não pode engravidar”
A mulher com mioma pode engravidar.
Essa condição é considerada causa de infertilidade em apenas 4% das pacientes, apesar de estar presente em mais da metade das mulheres em algum momento da vida.
Uma mulher grávida que possui um mioma uterino pode ter uma gestação mais delicada e deve ter o acompanhamento constante de um médico.
Fonte:
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Escrito por:
Dr. Lucas Moretti Monsignore
CRM/SP 121.017 - RQE 38.296/38.297
Atualmente um dos diretores da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), entidade representativa da especialidade